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Peru e a história de seu povo

Viajei para o Peru em maio de 2019. Foram dias incríveis, com muitas visitas a sítios arqueológicos e muita história de um povo, que foi conquistado pelos espanhóis. Nesta minha primeira postagem sobre o Peru, contarei um pouco dessa história.



Nós costumamos chamar a antiga civilização do Peru de Inca, mas na verdade eles eram os Quéchuas, que viviam os pés da Cordilheira dos Andes. O líder dos Quéchuas, o imperador, recebia o nome de INCA


Os Quéchuas não conheceram a escrita, então os textos existentes foram escritos por historiadores espanhóis, que passaram a se referir aos Quéchuas como sendo os Incas, daí nossa referência - o povo Inca.

A civilização quéchua surgiu no século XIII com a união de dois povos e durou cerca de três séculos. O primeiro Inca foi Manco Capac e o último, executado pelos espanhóis, foi Tupac Amaru IIO poder central ficava em Cusco.



De 1438 a 1471, governou o 9º Inca, Pachacuti, que junto com seu filho Tupac Yupangui, conquistaram os territórios do Equador até o Chile.

A estratégia de dominação Inca era oferecer o conhecimento da agricultura que possuíam, depois uma das filhas do Inca casava com o líder do território a ser conquistado e assim consolidavam a anexação. Em último caso, utilizavam a força. Os Incas tinham uma característica pacífica.


Os Incas tinham muitas esposas e consequentemente, muitos filhos. A sucessão do Inca era feita por um dos seus filhos, não necessariamente o primogênito, mas o que era avaliado como o mais capaz para liderar o povo. 

Com muito conhecimento de agricultura, produziam batatas, cevada, milho, quinoa e chá. Toda a população tinha direito aos alimentos produzidos, pois todos ajudavam na lavoura, que era feita no sistema de terraços, aproveitando assim, o relevo da região montanhosa do Peru.


Terraços para agricultura


Suas divindades eram o Sol, a Lua e as Estrelas, sendo suas festas no equinócio e no solstício.


Maquete do Templo do Sol

O espanhol Francisco Pizarro, chega no litoral do Peru no ano de  1530. Observa a grande quantidade e variedade de objetos de ouro e prata da população local e fica sabendo sobre Cusco, sede do governo Quéchua, onde as construções eram adornadas com esses metais. Assim, pela ganância de riqueza, subiu a Cordilheira até Cusco.






Quando Pizarro, seus poucos soldados e jesuítas chegaram a Cusco, foram recebidos amigavelmente, pois uma lenda dizia que os Deuses chegariam vestidos com roupa de gala. Vendo toda a riqueza do lugar, o líder espanhol pede à Espanha mais soldados, para efetivar a dominação.

Imagem internet

No início, os espanhóis trataram os Incas como parceiros, respeitando sua cultura e costumes, mas com a chegada do contingente de soldados, dominaram e implantaram a cultura espanhola.


Imagem internet

Arquitetura espanhola colonial
O Inca Atahualpa, percebendo o que estava acontecendoiniciou a resistência, com 80 mil guerreiros, mas os espanhóis tinham melhores armar  e cavalos. O povo Quéchua não conhecia o ferro e foram vencidos, embora em maior número. Em novembro de 1532, o Inca foi executado em praça pública.

Imagem internet

Na estratégia de dominação, os espanhóis ainda nomearam dois Incas, irmãos de Atahualpa, mas o povo não os reconheceu como líderes. 

Em 1537, surgiu um novo líder Quéchua, Manco Inca, que formou uma resistência em Ollantaytambo e Vilcabamba. Após sua morte, no período de 1570 a 1581, essa resistência foi conduzida por Tupac Amaru I e depois por Tupac Amaru II, que foram os últimos líderes. Em 1581, Tupac Amaru II foi executado em praça pública, junto com suas esposas e filhos, terminando a resistência à dominação.

Imagem internet

Cusco fica sob o domínio espanhol de 1533 a 1821, quase 300 anos.

Felizmente a língua Quéchua e as tradições foram preservadas por alguns nativos, que foram sendo passadas através de gerações e hoje existe um grande trabalho de resgate dessa cultura.

Praça das Armas em Cusco
Na viagem ao Peru conheci essa civilização antiga através de seus sítios arqueológicos e tradições. Na minha bagagem de volta ao Brasil, eu trouxe o respeito e a admiração pelo povo Quéchua e pelos atuais peruanos, um povo simpático, que recebe muito bem os turistas.




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